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Citroën 2CV, Informações Úteis - Paixão 2CV - Blogue

Informações, Técnica, Notícias e devaneios em redor do Citroën 2CV - Dois Cavalos e seus derivados (Dyane, Mehari, Ami). Conversas em torno de uma paixão.

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O regresso do guarda-chuva azul - Blogue

28.03.11, Nuno Rocha

No final do ano passado fiz aqui referência ao blogue Citroën 2cv... Um projecto caseiro, hoje venho aqui fazer referência a um outro blogue semelhante que encontrei - O regresso do guarda-chuva azul.

 

Neste blogue o seu autor, André Sobral, relata com detalhe a recuperação do seu Citroën 2CV "Gi-Joe". Cerca de 7 meses de trabalhos com vista à participação no Verão de 2009 no Encontro Mundial de Amigos do Citroën 2CV.

 

 

Captura de ecrã do guarda chuva azul

 

É pois mais um blogue de visita indispensável e obrigatória para todos aqueles que estão a recuperar algum Citroën 2CV - Dois Cavalos ou derivado ou que estejam a ponderar fazê-lo.

 

A exemplo do Luís Silva, autor do blogue - Citroën 2cv... Um projecto caseiro!, tive também a oportunidade de fazer uma pequena entrevista com o André Sobral.

 

Paixão 2CV: Como se preparou antes de se iniciar neste restauro \ recuperação? (Espaço para ter o carro, ferramentas, manuais, capacidades técnicas...)
André Sobral: Confesso que a única coisa que fiz em termos de preparação, para além de ir comprando algumas peças necessárias para os trabalhos, foi esperar que a garagem existente em casa dos meus pais ficasse vaga para o azulinho poder entrar.

 

Ferramentas já existiam, pai e 2 filhos todos engenheiros mecânicos e que gostam de "sujar as mãos" :)

 

O manual Haynes já o tinha comprado alguns anos antes e dispunha de algumas publicações do meu pai, bem como da sua enorme sabedoria na área dos Citroën 2CV. De tal forma que acabei por não necessitar de nenhuma consulta bibliográfica, a supervisão "sénior" foi suficiente!

 

Paixão 2CV: Qual a maior surpresa positiva e\ou negativa que teve durante o restauro?
André Sobral: Como melhor surpresa, tive a mecânica que se encontrava em muito bom estado. Nem transmissões ou foles de suspensão levou, estavam todos em excelente estado, o motor com uma saúde 100% e uma caixa de velocidades a condizer.

 

Como piores surpresas, sem dúvida, o estado das peças de chapa. Mesmo algumas que não pareciam muito más numa primeira análise, depois de alguma "prospecção" vieram a revelar-se em muito pior estado... Mas confesso que foi uma das muitas coisas que aprendi com este restauro.

 

Paixão 2CV: Qual a coisa que lhe deu mais satisfação em fazer?
André Sobral: Na verdade, o que ainda me está a dar muita satisfação em fazer, apesar da grande quantidade de tempo que exige, é o trabalho de bate-chapas. É algo que se faz com calma e num estado de quase reflexão, dando um enorme prazer.

 

Já disponho de muitas fotos desta 2ª fase do restauro que, em breve, publicarei no blog.

 

Paixão 2CV: Qual a coisa que foi mais difícil?
André Sobral: A reparação da carroçaria. Na altura, não tinha qualquer experiência em bate-chapas, muito menos em substituir fundos. Foi o meu pai a realizar esse trabalho, bem como reparar os podres existentes no perfil inferior da carroçaria, onde estão os pontos de suporte do macaco. Foram quase 4 meses de muito trabalho, a tirar medidas, cortar e soldar.

 

Paixão 2CV: Como estar preparado para o "já agora" e se há alguma forma de resistir?
André Sobral: O "já agora" é algo que surge no decorrer dos trabalhos ou é algo que já tínhamos em mente antes de começar com o restauro. Eu confesso que, antes de ter começado este trabalho, tinha em mente terminar com o carro impecável e como sonhava.

 

Tal não aconteceu por 2 razões:

  • a falta de experiência da minha parte neste assunto, fez me fazer uma estimativa temporal das coisas demasiado optimista;
  • o querer ao mesmo tempo aprender também fez com que fizesse as coisas de forma mais lenta do que se já tivesse experiência.

 

Por outro lado, como refiro num dos artigos do blog, queria ter o carro pronto naquele Verão de 2009, o que me obrigou a fazer escolhas. Daí que, e tentando responder à segunda pergunta desta questão, para resistir ao "já agora", e se esse resistir é mesmo nossa vontade, é ter em mente a nossa meta final muito bem definida e programada, por forma a conseguirmos atingi-la, mesmo que implique alguns sacrifícios...

 

Paixão 2CV: Qual seria o seu conselho para alguém que estivesse a iniciar a recuperação de um Citroën 2CV?
André Sobral: Pessoalmente, dou 3 conselhos muito importantes:

  • ter um bom capital para investir (no meu caso, em termos de material e uns poucos serviços externos, devo ter gasto até à data cerca de 4000€);
  • um local coberto para poder repará-lo e, posteriormente, guardá-lo (quando alguém me pergunta que cuidados deve ter quando comprar um 2CV, eu faço a pergunta: 'Tens sítio coberto para o guardar?'. Se a resposta for negativa, desaconselho a compra);
  • finalmente, muita calma e paciência no restauro para que tudo fique bem feito e, principalmente, dê um grande prazer a desfrutar.

 

Paixão 2CV: Só para terminar, um pouco de "sal e pimenta". Numa das mensagens mais recentes faz referência ao "baptismo" da sua cara metade com o Citroën 2CV? Foi difícil convence-la a experimentar o Citroën 2CV? Quais foram as principais reticências... se as houve?

André Sobral: É engraçado que houve reacções extremas nas primeiras abordagens ao Citroën 2CV por parte da minha namorada...

A primeira vez, para ela se ambientar ao menino, foi num arruamento sem trânsito em Vilamoura. Não gostou porque a direcção era pesada (face à de um Fiesta de 2006, isto é uma reacção que considero normal...), os travões eram "duros" (aqui a falta de hábito à não assistência) e o comando da caixa (o temível cajado) é sempre intrigante para os novatos.

Confesso que por esta altura fiquei assustado por ela não ter gostado, achei que já não ia querer mais.

Mas, dias depois numa segunda abordagem, já tendo em conta alguns conselhos que lhe dei face às dificuldades da primeira vez, numa estrada nacional, em circulação normal, gostou da experiência. Até o comando da caixa de velocidade passou a achar prático e fácil de manusear!... Lá suspirei de alivio e hoje, apesar de numa escala menor, ela gosta do azulinho.

Só a titulo de curiosidade, já o tenho em casa pintado e comecei a montá-lo. Num destes dias, num jantar com amigos, foi ela que se chegou à frente para dizer, e francamente babada, do quanto bonito o 2CV estava a ficar :).

Muito bom sinal!

 

Paixão 2CV: Parabéns! Pois às vezes as caras-metades não vão muito na onda das nossas paixões... e é um pouco complicado infecta-las... Muito obrigado pela disponibilidade e votos de sucesso no projecto.